terça-feira, 27 de setembro de 2011

Rio Maranguapinho: Apenas 12% da urbanização já estão concluídos

Para tentar agilizar a obra com previsão para acabar no próximo ano, famílias receberam, ontem, novas moradias
A doméstica Sandra Barros, 39, entrou, ontem, com o pé direito na sua nova morada. Ela foi uma das 336 famílias beneficiadas com as unidades do Residencial Juraci Magalhães, destinado aos ocupantes da margem esquerda do Rio Maranguapinho. Ela deixou para trás anos de agonia com as enchentes, o mal cheiro e todos os males trazidos com a cheia das águas.
Entretanto, a retirada da população ribeirinha é apenas uma das fases do projeto de urbanização. As demais estão a passos lentos. Somente 12% do calçadão estão concluídos e 16% da dragagem do rio avançaram em cerca de três anos de trabalho, informou o gerente do projeto, Marcelo Colares.

Metas
O desafio agora é tentar concluir tudo em um pouco mais de um ano, até dezembro de 2012. Dos 26 Km de urbanização, só 1,8 Km estão prontos no trecho I e outros 700 metros no trecho II. A dragagem do rio avançou um pouco mais, um total de 3,8 Km. Apesar dos baixos índices, o gerente insistiu que a obra estará pronta em 2012. "A entrega das 336 casas no bairro Jardim Fluminense vai facilitar muito nosso trabalho, visto que a construção é toda bem integrada. Uma etapa só anda se a outra também se movimentar. Não vamos fazer nada atropelado. Queremos mudar a vida das pessoas, transformar o social", afirmou. A boa nova é que a barragem está com 97% de conclusão e com promessa de ser entregue até o fim do ano.
E não faltaram sorrisos e expectativas de vida nova, ontem, durante a mudança de 60 famílias para o residencial, na Avenida Osório de Paiva, esquina com Avenida Jardim Fluminense. Os novos habitantes vieram da margem esquerda do Rio Maranguapinho e ocuparam as moradas com sala, quarto, cozinha e dois quartos. O clima era de euforia, de quem abandonava uma das 19 áreas de risco de Fortaleza.

Uns choravam de alegria, outros gritavam, poucos sentiam saudades do antigo local, dos vizinhos. A maioria estava com muita expectativa de reviravolta, de uma guinada de 180º.

"Está sendo um dos dias mais felizes da minha existência. Agora sou gente, antes morava como um bicho no meio da lama e imundície", comenta, com um largo sorriso no rosto, a vendedora, Maria do Socorro Lopes.
A técnica social da coordenadora de habitação da Secretaria das Cidades, Karla Neves, comemora a mudança na vida dessas pessoas. "Todos viviam uma situação de vulnerabilidade muito alta. Corriam risco de morte com as grandes cheias, as fortes chuvas, sofriam com a má acessibilidade, a insalubridade e a total sujeira do local", diz.

Poluição
Da atual barragem, já foram retirados, segundo Marcelo Colares, cerca de 50 mil m² de resíduos de um total previsto de 480 mil m². "É muita sujeira no rio. Encontramos, no meio das areias retiradas para a barragem, uns 400 pneus, dez bicicletas, duas motos, uma carcaça de fusca e centenas de sofás, cadeiras e camas. Estavam matando o Maranguapinho", afirma.
Um estudo encomendado pela secretaria apontou que os trechos - perto de Maracanaú e na ponte do Canindezinho - são os com maiores níveis de poluição. Seis mil m² de resíduos serão levados para o aterro, não podendo ser reaproveitados.

Vida nova
336 famílias estão sendo beneficiadas com a entrega do Residencial Juraci Magalhães. Dois conjuntos habitacionais já foram entregues a 809 grupos que moravam em áreas de risco.



Fonte: Diário do Nordeste

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